quarta-feira, abril 26, 2006

Psicómetro do Tigrão

Estimados leitores psicasténicos, trago-vos esta semana, em estreia absoluta, o Psicómetro do Tigrão. Para os menos esclarecidos que se estão a perguntar "como nascem os bebés" nada tenho a dizer. Para os restantes ignorantes que se interrogam sobre "o que é um psicómetro", esclareço: é um instrumento utilizado para medir a quantidade de vapor de água na atmosfera. Posto este pequeno momento, que faz da Psicasténica uma das blogas mais informativas em matéria de meteorologia, passo a apresentar o dito psicómetro.

A descer: 25 de Abril
Se o estimado leitor é daqueles que acredita que o 25 de Abril de 1974 é obra do MFA, desengane-se! É hora de pôr tudo em pratos limpos!
Como é do conhecimento dos psicasténicos mais fiéis (os restantes podem consultar
aqui), o Senhor Anselmo andou por terras de Angola no início da década de 70. Neste período o nosso colaborador fez inúmeros amigos nas fileiras das forças armadas pois transformava CU's (Combatentes do Ultramar) em MAUS (MAquinas cheirosas destruidoras de independentistas UltramarinoS). Este feito, associado ao facto de ser um dos maiores proxenetas da zona, valeu-lhe um enorme prestígio entre os militares que se prontificaram a ajudar o Sr. Anselmo "nem que fosse preciso lixar o Caetano". O tempo passou e, movido pelo seu reconhecido empreendorismo, o Senhor Anselmo investiu tudo o que tinha (e muito do que não tinha) na compra de uma floricultura que especializou na produção de cravos. Segundo sabemos, o Sr. Anselmo descobrira em Angola uma receita à base de cravos que continha a cura para "o herpes genital, a gonorreia, a sífilis e qualquer DST que pudesse surgir e afectar o sistema imunitário". Infelizmente, a dita receita apenas provou possuir um poderoso efeito laxante o que deitou o negócio pela sanita abaixo, literalmente... Pressentindo a ruína contactou o seu amigo Otelo – a quem viria a vender umas bombitas de fabrico artesanal – para saber “se a malta da guerra não o podia desenrascar”. Sempre solícito, Otelo juntou-se com mais uns amigos capitães para ver o que podiam fazer pelo amigo Senhor Anselmo. Deste brainstorming saíram dois planos: o A e o B...
Plano A: fazer do FC Porto campeão nacional de futebol e transformar o cravo no símbolo dessa vitória;
Plano B: derrubar o regime e fazer do cravo o símbolo da revolução.
Como é óbvio o plano A era o mais difícil. Os contras eram muitos: o FCP já não vencia o campeonato desde 1958/59; estávamos em Abril e já desde Novembro que o Porto estava matematicamente arredado da luta pelo título; ainda que fosse possível apenas 5 pessoas celebrariam o título e acabariam todas presas por traição à Pátria (o que as impediria de comprar os cravos). Otelo e a malta da guerra optaram pelo plano B: derrubar o regime.
Assim, decidiram-se por fazer a revolução “depois de amanhã”, mas como o Vasco estava de caganeira por causa do medicamento do Sr. Anselmo adiaram a empreitada para dia 25.
O resto é história... O Otelo e a malta da guerra fizeram a revolução, o Sr. Anselmo despachou os cravos e 32 anos depois o país inteiro continua a fazer figura de parvo...


A descer ainda mais: 25 de Abril
Há povos que merecem cada pedaço de sofrimento por que passam e o nosso é um deles. É certo que a intenção do Sr. Anselmo, do Otelo e da malta da guerra era a melhor mas, infelizmente, perderam o controlo da situação. Os comunistas dominam o país e escondem a verdade histórica da grandiosidade da nossa nação no tempo do Senhor Professor! Portugueses contemplai a luz! A Psicasténica vai-se libertar da mordaça opressora do comunismo e contar toda a verdade sobre o nosso passado!

Como era bonito Portugal antes do 25 de Abril de 1974...

Estabilidade Política: o Senhor Professor governou de 1932 a 1968 sem nunca ter tido oposição e sem necessidade de eleições.
Igualdade Social: todos os portugueses eram igualmente pobres e miseráveis o que estimulava a entreajuda e diminuía as tensões sociais.
Política de Juventude: aos jovens adultos era proporcionada uma experiência única: a Guerra no Ultramar! Toda a gente sabe que a guerra ajuda a construir o carácter e aliava-se a isso uma agradável excursão de 2 anos em África.
Proximidade Policial: havia a PIDE que era uma polícia muito especial; sempre próxima dos cidadãos e interessada nos aspectos mais irrelevantes do quotidiano dos portugueses. Um exemplo de interesse e dedicação.
Apoio à Cultura e aos Media: ainda longe de se inventar o Word com corrector automático o Estado proporcionava aos media e às entidades promotoras de espectáculos públicos um conjunto de agentes que tratavam, com os seus míticos lápis azuis, da correcção ortográfica dos textos a ser apresentados.
Futebol Espectáculo: em 41 edições do campeonato o FCP ganhou apenas 5; o Benfica venceu 21 e foi bi-campeão europeu tendo estado em 5 finais da Taça dos Campeões na década de 60.
Sistema Político: só havia um partido político e não era comunista. Poupava-se dinheiro em campanhas e sondagens.
Economia: o país estava na miséria mas a Espanha estava pior!

Ai que saudades do Senhor Professor...

10 comentários:

Sub-Lodo disse...

O que faz falta é um Salazar em cada esquina e um bufo da PIDE em cada lar. Que saudades de Caxias e do Forte de Peniche... Ai Tarrafal...no tempo em que os lápis eram azuis e se falava português decente! Bem-haja, Senhor Professor! Como não há bela sem senão, lastimo a hegemonia do clube do regime dentro das nossas fronteiras... Ainda assim, bem-haja, Senhor Professor!

Anónimo disse...

fraquinho!!!!

Katano disse...

Depois de arranjar problemas com os fundamentalistas islãmicos e com o lobby gay, Tigrão inicia a ofensiva contra os Combatentes do Ultramar. É ver tudo quanto for veterano de guerra a vir rebentar granadas à janela dele....

Anónimo disse...

Está bem...

Anónimo disse...

Desculpem interromper, mas esta foto do Senhor Professor é homologada pelo Sr. Anselmo? Onde é que está o selo de autenticidade? Como fundador do MASA, vejo-me no dever de chamar a atenção para estas coisas....

Katano disse...

Qual professor?!? Aquele é o sr. Anselmo :)

Tigrão disse...

Caro Tubarão, como o Katano referiu, a ilustração que acompanha este post é nada mais nada menos que um valioso auto-retrato do Senhor Anselmo em Angola pintado a carvão vegetal por um artista de rua em Singapura. Pelo menos é o que ficou provado em tribunal depois do Senhor Anselmo ter sido (injustamente) acusado de apropriação ilegítima de alguns bens da antiga sede da Presidência do Conselho. Entre esses bens constava um suposto retrato do Senhor Professor incrivelmente semelhante à imagem aqui apresentada, virá daí a sua confusão.

Cara Maria, o seu comentário devastador conduziu-me a um retiro espiritual momentâneo de modo a reflectir sobre a minha prestação neste último post. As minhas conclusões foram as seguintes:
1- partilho da sua opinião;
2- tenho que fazer algo quanto a isso. Soluções:
A: esforço-me por melhorar em futuros posts;
B: opto por reagir à sua crítica de forma despropositada e sem me esforçar minimamente por ser melhor no futuro.
Por sorteio (cara ou coroa) calhou a solução B.
Para não ser completamente despropositado começo por lhe dirigir um elogio: gosto do seu nome! É um nome que me recorda um tempo em que todas as mulheres eram Marias e em que ser Maria tinha um significado. Ser Maria era lavar, passar, cozinhar, coser, bordar, ir à missa, ter filhos e educá-los. Uma verdadeira Maria não desperdiça o seu tempo com futilidades na Internet! Terá seguramente inúmeros afazeres mais dignos da sua dedicação. Ensine catequese, aprenda piano (se for de casta social elevada) ou compre uns paninhos para o enxoval. Se tem demasiado tempo livre e está em idade casadoira vá ao bailarico (devidamente acompanhada por familiares) e procure um rapaz de boas famílias, namore-o à janela, constitua família e ocupe-se dela! Seja uma verdadeira Maria, seja feliz!

Anónimo disse...

Onde é que vamos instalar a sede do MASA? Esse quadro ficava bem à entrada.

Anónimo disse...

Eu também sou uma Maria e também teria dito fraquinho sim, mas com um pequeno pormenor " fraquinho por si " :) Sei tocar piano,falar francês e namorar de um 13º andar é conselho insensato,mas quanto a bordar paninhos...já é um caso a pensar...

Unha de gel

Anónimo disse...

Portugal é hoje, como uma mãe que esquece os filhos!
Portugal é hoje, asilo de invasores, paraíso de especuladores, terreno fértil de corruptos, ditadura de lóbis, palco de injustiças e desigualdades!...
Mas… não é uma verdadeira mãe para os seus filhos!
O povo português tem razões de sobra para estar triste, sem esperança, indignado, revoltado!
O povo português sabe bem, quem são os responsáveis por esse estado de coisas!



Aqui está um belo site para explorar, com tempo:
http://www.pnr.pt/