O horror, o choque, a dor de cabeça, o furúnculo no rabo, os bicos de papagaio, os joanetes, o Teixeira dos Santos! Depois de 20 e tal anos habituado a uma incontornável presença no quotidiano, ela simplesmente desaparece. Reconsideraria esta minha postura de consternação se a entidade a que me refiro tivesse morrido, mas, para minha angústia, ela foi substituída. Como se de um qualquer Ruben Amorim se tratasse! Falo do boneco do Multibanco, simpaticamente e com argúcia baptizado de Cubzé por Miguel Esteves Cardoso. Ena…chegou o Multinho…viva! E como não estão a ver a minha expressão facial, advirto que estou com aquele ar de quem chega ao carro e repara que levou com uma coima por mau estacionamento. O Cubzé era animado e até quando dizia que o seu saldo não lhe permitia efectuar aquela operação, sabia partilhar das nossas angústias e substituía o seu riso aparvalhado por um ar de pesar verdadeiramente pungente em que até o habitual fundo azul mudava para vermelho. O Multinho é raquítico, verde vómito, minimalista (no que de pior tem o minimalismo), sem sobrancelhas, sem luvas, sem chama e não fuma charros para ser amigo da malta. Multinho representa os bancos nacionalizados que deviam ter morrido às mãos do mercado; Multinho representa o fracasso de uma política económica inconvenientemente alicerçada no compadrio e na promiscuidade; Multinho representa uma mistura de Saddam Hussein com George W. Bush. E pronto…isto era só para dizer que não gosto do boneco e tal…
Até sempre Cubzé!
Cubzé depois de umas brocas de qualidade
SUB-LODO