terça-feira, julho 25, 2006

Foi na loja do Mestre André


Ele foi uma autêntica pasta medicinal Couto: andou nas bocas de Portugal! Nunca se falou tanto de um homem por causa do seu pífaro. Caros Psicasténicos, tenho a honra de lembrar o Mestre André. André de Orey e Sá de seu nome original, Dezinho para os amigos e Mestre para a generalidade das pessoas (devido ao Mestrado em Engenharia do Papel). Cedo sentiu o apelo da música e depois de ter sido enxovalhado em meia dúzia de conservatórios, abriu o seu negócio de pifarinhos e tamborzinhos…quem não se lembra do genérico: “Foi na loja do Mestre André etc…”. Fortemente ligado ao corporativismo do Estado Novo, sentiu as agruras da vida no período pós-25 de Abril. Nas suas doutas palavras, “a cambada de cães do Otelo deu-me cabo da vida”. Foi então que desapareceu da ordem do dia, ficando apenas (para trauma das crianças portuguesas o que de algum modo explica certos atrasos estruturais que o país atravessa) o genérico da sua loja. Porém, o negócio corria-lhe no sangue, bem como a heroína que vendia nas ruas corria no sangue dos seus clientes; sol de pouca dura: as autoridades avessas a estes impulsos capitalistas de enriquecer com o próprio negócio levaram o homem uns anitos para a pildra. Mestre André encontrou um mundo novo quando saiu passados 20 anos (para além do tráfico de estupefacientes viu-se a braços com o suposto homicídio da mulher e das filhas que alega terem escorregado depois deste encerar a casa e infortúnio dos infortúnios, terem caído precisamente 5 vezes no colo de Mestre André quando este segurava uma faca de trinchar). Voltou a sentir o apelo do negócio, todavia o comércio tradicional fora engolido pelas grandes superfícies. Lançou-se nas televendas com um espaço de venda de armas, mas, segundo o próprio “eu não tinha a ajuda das dobragens porque falava português, nem uma figura como o Goucha para dar pinta à coisa”. Fracassou depois de ser obrigado a vender o stock a preços de amigo ao PNR para pagar as dívidas. Felizmente, hoje é um homem feliz e é mesmo à porta da Escola Primária nº1 da Arrentela que Mestre André abriu a sua sex-shop. “Ora vejam lá que as pequrruchas já cantam: foi na loja do Mestre André que eu comprei um vibrador, hmm, hmm, hmm, um vibrador!”.
Sub-Lodo
P.S.: a Psicasténica não morreu. Esteve de férias.

sábado, julho 08, 2006

Considerações do Katano: sr. Anselmo e o coxo que falava por assobios



Mais mito que homem, mas ainda assim mais homem que muitos, o sr. Anselmo é uma figura que em poucos meses gozou de de uma subida ao estatuto de estrela. O homem que teve a ideia de criar relógios de pulso enquanto comia amendoins, que já sobreviveu forçando mendigos a plastificarem documentos por um euro para saciar o seu vício de karting e que mora numa residência grátis (pelo menos enquanto durarem as visitas nocturnas à gorda senhoria), decidiu contar mais um pouco da sua vida. Assim, caro leitor, está perante uma história que não figura na sua biografia (publicada vários posts atrás).
Segundo o sr. Anselmo, esta história sucedeu à vários anos atrás, mas propriamente quando ainda era seguro andar à noite em Lisboa (portanto à mesmo muitos anos...). Figura estimada pelo inexplicável aumento de natalidade nas terras que percorria, o jovem sr.Anselmo decide estabilizar a sua vida (durante uma semana) e toma como lar uma bonita aldeia constituida por pouco mais de três casebres, um palheiro e uma casa de alterne. Eram tempos duros... Ninguém dava nada a ninguém. A vaca da aldeia só dava leite por tabaco de mascar (vício que contraiu na ultima feira de bovinos de Moscavide), as pessoas cobravam 5 centavos para dizerem «olá» e o café era feito de.......... (o sr. Anselmo começou a chorar neste momento e disse-me para esquecer o café).
Foi neste contexto que o sr. Anselmo conheceu a paixoneta do mês: Clotilde, parteira sem formação e dançarina exótica na casa de alterne da aldeia. Contudo este amor estava fadado ao falhanço dado que a inexistência de outras strippers na aldeia forçava clotilde a fazer turnos de 22 horas na boate (tinha de se despir muito devagar) o que lhe dava pouco tempo para estar com o seu fiel apaixonado (caso este não estivesse com outra, claro). Contudo, e porque perdeu uma aposta a jogar às cartas, o sr. Anselmo decide pedir Clotilde em casamento no fim do turno. Não queria perder muito tempo porque para a semana tinha de se apresentar na GNR de Sacavém por excesso de velocidade ao volante de um carro de bois. Quando estava prestes a entrar na casa de alterne, o jovem sr. Anselmo ouve um assobio. Quando se vira depara-se com um homem como uma deformidade horrível................. ele falava por assobios!!! Ah, e era coxo. O homem soltou um assobio longo e subitamente, o sr. Anselmo vê-se rodeado por 23 moçambicanos e meio! As coisas não estavam fáceis, e por isso o nosso herói procura por algo que o possa ajudar. Encontra a resposta no bolso das calças............ um palito (afiado só de um lado e usado do outro).

(CONTINUA....)

Como conseguirá o sr.Anselmo sair desta com um palito afiado só de um lado? Quem é o misterioso coxo que fala por assobios e contratou 23 moçambicanos e meio para o atacarem? Terá alguma ligação a Clotilde, parteira e stripper com turnos de 22 horas? E qual será o prato do dia na Tasca do Manecas? Para saber a resposta a isto não perca as próximas.............. Considerações do Katano: sr. Anselmo e o homem que se babava pelo nariz.