domingo, setembro 24, 2006

Considerações do Katano: sindromes e doenças do século XXI (parte 1)


Não queria ter de ser eu a dizer-lhe isto, caro cibernauta, mas andam aí umas doenças que fazem o ébola e a tuberculose parecer meras constipações de Verão. Ora veja alguns exemplos:

«hey, piercings são fixes»! Conhece esta doença? Vê-se muito na emigrantada e nos putos. Segundo cientistas do I.S.A. (Instituto Senhor Anselmo), estamos a falar de um parasita que, uma vez no corpo do hospedeiro, lhe dá vontade de espetar pedacinhos de metal pelo corpo fora. E muitas vezes nos locais mais incómodos possiveis. Se estiver a ler isto e tiver um piercing... bem... seja, forte! Isso não dura para sempre. É só até arranjar um emprego decente e o seu chefe conservador lhe mandar arrancar essa treta antes que espete consigo na rua (aparentemente o parasita teme o desemprego e abandona o corpo do hospedeiro ao ouvir estas palavras). Curável, apenas se identificado a tempo.
E a doença que ataca os velhotes: «no meu tempo é que era!»? Vá lá, esta é conhecida... Quase todos os velhotes a têm. É fácil de identificar. O seu velhote começa a queixar-se de todo o conforto á sua volta e de como agora tem muito para comer e liberdade de expressão. Cientistas do I.S.A. Descobriram que um virus latente é desperto quando fazemos 60 anos e faz-nos ficar nostálgicos do tempo em que eramos perseguidos pela P.I.D.E., havia fome e a alta taxa de mortalidade era explicada como sendo culpa dos comunistas. Se o seu velhote começar a dizer «...no tempo de Salazar é que era!», então está tudo perdido.... Não há cura conhecida!
Temos também essa perigosissima maleita que é «mãmã, quero ver os morangos». Descoberta por cientistas da TVI (contratados pelo José Eduardo Moniz para criar uma versão heterosexual do Manuel Luís Goucha) á coisa de alguns anitos, iniciou desde logo aquilo que se pode chamar uma crise epidémica. Qual gripe das aves?! Quando se vê crianças de 7 anos a arrastar os pais para casa porque vai dar a novela, sabemos que algo está mal! Tem como principais sintomas: o seu filho quer ver novelas (isto é anti-natura, e você pergunta-se porque raio quer ele ver novelas se quando dava a «Tieta do Agreste» o puto fugia de medo...); começa a desenvolver tiques de deliquente; quer passar o dia num bar, arrendar uma casa na praia e ir ao Brasil com os amigos Se é mãe, e os sintomas indicam que seu filho(a) contraiu esta incurável doença, então tenho más noticias... a TVI vai lançar mais uma temporada deste «virus». As formas de prevenção vão desde mudar-se para a aldeia da Pena (sem electricidade não há TV) ou arranjar um emprego para o seu filho no horário da novela (o que é que o puto tem a mais que milhões de crianças no 3º Mundo???)
As Considerações voltam em breve com mais problemas que afligem a sociedade portuguesa no século XXI. O Dr. Katano despede-se.

domingo, setembro 17, 2006

Dá-me cá uns abalos ao pífaro.

Provavelmente
muitos de vós conhecem a expressão que hoje entitula este breve exercício de mateologia. Mas, pergunto eu, já alguma vez, no vosso íntimo, naquele profundo do vosso ser suficientemente profundo para isso, se perguntaram mas afinal, o que é essa coisa de abalar o pífaro?
Não? Então vou dar-vos agora essa oportunidade... fechem os olhos, respirem fundo e continuem a ler.
Os abalos ao pífaro são como os abalos sísmicos... dependem da intensidade. Assim, e mais uma vez, para tornar o mundo num mundo melhor, a bichinho inova e propõe a escala de bichinho para avaliar a intensidade dos abalos ao pífaro:

Grau 1: Abalitos no pífaro

São os da praia, no calor do verão e os que acontecem sempre que um gajo sem tendências brokebackmoutainianas vê uma gaja... indicador de que o abalo explosivo pode acontecer a qualquer momento. O Grau 1 corresponde ao estado natural do homem.

Grau 2: Dá-me cá uns abalos ao pífaro!!

É o abalo típico do homem que leva o corte, a tampa, em breve, do gajo que é rejeitado. Soa a indiferença, com um insinuar de ela nem valia nada, mas é mais profundo que isso. Afinal de contas o pífaro fica mesmo abalado e interroga-se onde é que eu falhei?

Grau 3: Dás-me cá uns abalos ao pífaro...

É o abalo do engate masculino de Verão 2006, no Tuvalu, ditador da moda de engates contendo a palavra abalo. É o primeiro passo para meter conversa com as míudas. O homem, abre os botões da camisa até meio, puxa do medalhão dourado, palita os dentes com a unha comprida do dedo mindinho, e com um sorriso rasgado, aproxima-se do alvo e susurra-lhe, tão proximo quanto possivel, um Dás-me cá uns abalos ao pífaro... deixando pairar a sensação de mistério e surpresa...

Grau 4: Abala-me o pífaro.

Ultrapassado o dás-me cá uns abalos ao pífaro (após muitas tentaivas porque normalmente depois desse retrocede-se ao grau 2) com sucesso, o segundo passe de mágina no engate: Abala-me o pífaro. Dito com muita sensualidade e com certo grau de intimidade pode fazer milagres. No mesmo sentido pode ser utilizado um Embála-me o pífaro.

Grau 5: Deixaste-me o pífaro abalado!
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É o terror, o caos, a queda do império, o desvanecer de todos os sonhos, o deixar a flor murchar. Estado irreversível e com têndencia a agravar-se.
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Grau 6: Ele tem um pífaro abalado!!
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Pode acontecer em qualquer lado, inclusivamente numa conversa-de-casa-de-banho de senhoras!!
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Portanto meus senhores e minhas senhoras quando pensarem em dar abalos ao pífaro vejam lá no que se metem!!